quinta-feira, agosto 9

As respostas

"Não há homem algum tão exclusivamente masculino que não possua em si algo de feminino."Carl Gustav Jung



Não vieram...


As respostas...

E eu bem que tentei e eu bem que perguntei. Preciso escrever sobre o último texto que li, acho que há algo em mim sem explicação, já desisti de buscar explicações. O lance é que, às vezes, sou tomada por uma força inumana, ( se algum religioso ler isso, pode até achar que isso é coisa de possessão demoníaca rsrsr), mas garanto-lhes, amigos sou luz!!!


Essa força inumana é algo que transcende o que chamo de razão, é por isso que escrevo, que me dispo de ilusões.


Um ser em construção, esse é o fato indiscutivelmente que impera o oriente e ocidente. Queria eu galgar e explorar até o último gozo do evoluir enquanto carne, matéria, átomo, razão...


Elas não vieram...

E eu bem que insisti, mas não há resposta, não há raciocínio lógico que silencie essa coisa que se apodera do meu senso comum, dilacerando meus dogmas, despedaçando minha pseudo-fé...


É o senso mais crítico e talvez, por isso mesmo, o mais ignorante que opera o meu tempo que no momento certo, deixo que pense que tem alguma influência sobre mim...


Nem tomo remédios controlados, nunca fui diagnosticada como portadora de doenças mentais. Bem que queria ser analisada, segundo a psicologia freudiana, (acho suas idéias maravilhosas), mas acho que se assim fosse, perderia o sentido da vida. Gosto da complexidade do ser feminino, gosto de acordar com a sensação de ter percorrido outros cantos, de ter visitado amigos futuros, de ter composto uma canção que me fez deixar de ser carne e passar a ser energia cósmica.


O texto que li trata exatamente do "SER FEMININO", o ser que há milênios é analisado como se fosse algo surreal...

E é sim, quando quer ser, é quase um fingidor, como descreve Fernando Pessoa, uma poesia que finge ser comum, ser dor, ser sangue...
É capaz de orgasmos múltiplos como diz Caetano Veloso, é também capaz de sobreviver por maiores que sejam as feridas...Feridas que dilaceram suas vidas, que interpretam suas buscas introspectivas pela plenitude de gestos simples, essenciais para a sua sobrevivência'.

Oh, bicho forte, oh sexo forte!!!
Se engana, quem pensar diferente. Camaleôas de peles e multicores psquícas...
Atriz e amante, prostituta e santa... Despudorada e Celestial!
Parte 2
O texto que me referi acima, diz o óbvio "Já foi constatado que homens e mulheres não falam a mesma língua. Segundo Luiz Cushnir, um estudioso de assuntos de gêneros do Instituto de Pesquisa do Hospital das Clínicas de São Paulo, homens têm dificuldades de expressar suas emoções. Isto deve-se ao fato de que eles têm um raciocínio lógico e matemático, enquanto que as mulheres têm o raciocínio mais voltado para argumentações e questões mais subjetivas. "
É uma pena que dentro do raciocício lógico, dos modelos cartesianos, ainda tenhamos que conviver com informações desse tipo.
É uma pena, que ainda assim, o homem, pobre criatura, ainda se submeta a empurrar com seus neurônios machistas a teoria que são mais fortes, mais capazes, mais independentes, mais cachorros!!!
É uma pena que não chorem quando desejem chorar, que não digam "Eu te amo" quando desejarem dizer, que não cometam loucuras de amor, que não gostem de flores, que não se emocionem no final de um filme de amor!
Por que segundo os estudos, esse silêncio asfixiante do homem lhes causa dores insuportáveis, dores na alma, dores que causam doenças incuravéis...Diz o texo que a taxa de suicídio também é maior entre eles. A dificuldade masculina em lidar com as próprias emoções faz com que eles se transformem em vítimas da ansiedade, depressão, doenças do humor, síndrome do pânico, fobias, pensamentos obsessivos, atitudes compulsivas e disfunções sexuais.
É uma pena que não se permitam sentir-se feminino, que não se permitam ser sensível.
É uma pena que enxerguem a sensibilidade, algo como sinônimo de fragilidade, de espelho fraco e trincado.
Pobres homens...
"Segundo Chevalier & Gheerbrant (1997), fazem parte da dinâmica feminina os sentimentos, os afetos, as intuições, a sensibilidade ao irracional e as relações com o inconsciente. Essa dimensão feminina está presente na mulher de forma consciente e também no homem, só que de forma inconsciente.
Assim, quando um homem olha para dentro de si, ele vê o seu oposto complementar, ou seja, a sua alma com a natureza feminina, que Jung denominou anima. Isso não quer dizer que a essência dele seja feminina, mas que um homem só será um ser total e completo a partir do momento em que ele conseguir integrar esse arquétipo da anima à sua Psique. Os homens teimam em reprimir em si mesmos seus traços femininos porque a cultura assim determina. "Porque o que é feminino é estranho para um homem, tende a se localizar no inconsciente e, daí, exercer uma influência, que se torna maior pelo fato de estar escondida".(SAMUELS, et al,1988, p. 86)."
O grande problema nisso tudo, é a lágrima que se recusa a cair, o sorriso doce que se recusa a alegrar o amigo, a esposa, a amante...
O grande trauma que persegue essa teoria de repressão é a falsa imagem, onde a guerra dos sexos, se mostra frente a frente, num espelho que possui duas cara metades, não se rendem ao fato que são complementos, encaixes perfeitos, como num gozo astral!
Homem e mulher...
Pó e verbo, razão e emoção...
E eu vou parando por aqui, já viajei demais...
Vou acender a luz da minha caixinha de Pandora, vou dizer "Eu te amo", para o meu papagaio barulhento, vou escrever versos de amor ridículos para o grande amor da minha vida, vou passear no jardim de um cemitério e continuar buscando as respostas, fazendo as perguntas, sendo feminina, sendo menina, sendo mulher!
A força inumana continua a me invandir, a respingar em mim o orvalho do desconhecido, continuo a sentir o cheiro de pétalas, no tapete que tatuei a minha vida, desde o fim...
Agora, sou o começo!
Elas não vieram...
As respostas, e daí?

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