terça-feira, dezembro 9

Ontem, você veio, mas não me viveu.

Estava viva, me sentia viva, tanta coisa aconteceu, o tempo perdeu a exatidão óbvia, de passar, apenas passar. Pelo contrário, o tempo têm me feito refêm, escrava de ilusão.
Estava cheirosa, o cheiro da paixão, de quem sabe exatamente o que vai viver e que o cheiro vai atrair e seduzir e transportar...

Mas você, estando aqui, despido na minha cama, olhos pequeninos, cheiro de perguntas e anseios, não me viveu.

Não desejou a minha boca, não sorriu certezas. Tentou ser igual, sem perceber que consigo enxergar as diferenças.

Hoje, quero um sono profundo, dormir e me encontrar noutro plano. Despir meus sentimentos, me banhar na luz!

Estou cansada de ouvir a mesma canção, ler o mesmo livro, sorrir o mesmo sorriso!
Quero mais!
Quero gozar em sintonia com os deuses, romper com as limitações, chorar quando ficar de pileque por sentir saudade de alguém que amo e não me sentir ridícula por ser assim...

Amar de forma intransitiva e suficiente para contaminar a quem desejo.
Não temer o desejo, não cercear devaneios... Realizar desejos!

Hoje, quero um sono profundo, uma fuga estratégica, para jogar fora álbuns de retrato, momentos ridículos, vividos por uma aprendiz que precisa ser mais dedicada.

Estou cansada de esperar um milagre divino, deveria voltar a ser neófita de mim mesma, hoje sou um pedaço do que já deveria ser inteiro! Consciência divina é o que busco, mas confesso: tenho percorrido lugares sombrios. Erros cometidos pela ignorância que infelizmente, ainda percorre minhas veias primitivas.

Acredito nessa evolução de forma tal, que viveria tantas outras vidas para atingi-la, preciso de gotas omeopáticas dessa evolução...
Estou tão distante, tão apaixonadamente distante. Sentindo um prazer surreal em gozar de tantos privilégios cósmicos. Ainda na terra, sentindo o calor e o suor descer a minha tez rubra, apaixodamente rubra pelas descobertas da vida!

Ele já me disse coisas que queria ouvir, e nem tinha desejado...
mas, ontem, ele veio e não me viveu...

quinta-feira, novembro 27

Senti tua falta. Relutei em aceitar aquele sentimento: falta.
Milhares de sentimentos, gotas de orvalho ácido que se confude com o amor. Não há amor, há vícios profanos.
O ego mortal que tude quer, que tudo deseja... sem causa, sem ordem, ética, princípios.

A vontade que eu tenho é fazer tudo ao contrário, pisar na grama, andar pelada, comer com as mãos. Chorar alto, soluçar em concerto clássico. Cartas de amor ridículas, lágrimas vãs. Surtos noturnos, abstinência de calor, pele, extensão da alma.

Não posso dizer mais nada, posso ficar aqui. No meu universo multicolorido, que às vezes fica sombrio.

A cor, colorir, a falta, sentir,
o desejo, o círculo, os sonhos.

A vontade que eu tenho é dizer o que sinto, mas não posso.
Deixemos as reticências, passemos para o próximo ato.

A luz...

terça-feira, novembro 25

Antes que se faça dia...

Nem posso tentar... um dia a gente vai rever essa coisa indefinida. Não há conceitos nem imposições que limitem esse devaneio cheio de sentimentos...

Antes que se faça dia...

Talvez, a gente possa transcender esse mundinho vão. Atingir topos, cumes introspectivos, perdidos em psiquês cósmicas, a busca permanece. É eterna!

Queria muito que fosse simples, escrever sem metáforas, sem me esconder nas entrelinhas...mas não dá. A profundidade está intríseca ao Karma. Não gosto de falar sobre conceitos, mas no fundo somos produtos desse fábrica de ilusões.

Fugimos de nós mesmos, usando máscaras, pseudônimos. Usamos nossa magia, a arte de conquistar pela ignorância alheia. Usamos armas vis, sangramos corações para satisfazer nossos desejos mais intensos.

Deveria ser mais simples... Sem tanto atropelos, anseios cotidianos.

A reflexão me distancia de mim mesma. A fonte é ouvir o silêncio que conduz ao paraíso, às vezes queria mesmo era uma cena de sexo selvagem, gozar como uma gata no cio, agir com instinto, agir como criatura divina, virgem, pura, totalmente pura!
Mas não é tão simples!

Anoiteceu... Nem vi o dia!

sexta-feira, agosto 8

Superando sentimentos...



Pensei em começar essa crônica de forma objetiva, mas percebi que a subjetividade dos sentimentos que circulam neste ser são divinos demais para se limitarem ao factual. Ela chegou em minha vida...

Linda mulher...

Deixa ela...

E pensar que o tempo faz jus aos seus mitos.
É o tempo que nos faz serenos e ásperos. Somos maquiagens, somos sombras, somos imagens...
Ela é boba, uma doce e linda menina-mulher... Me vi no seu espelho... Não por muito tempo... Beleza efêmera, ilusão que necessita fim.

Deixa ela...

Foi isso que pensei ao vê-la linda trocando beijos apaixonados, confesso: eu me iludi; revi histórias que vivi...
Sonhos de menina.
Hoje não sou mais menina, sou cruel. Sou humana.
Desculpa, não queria ser áspera. Me desculpe, não quis ser humana.
Até tento, mas não consigo; é da vida, é do momento...

Deixa ela...

Que um dia vai despir sua alma, vai ser energia e esquecer que o mundo é vão.

Minha menina... Há mentiras, há mascaras.
Não consegui, me desculpa. Não consegui fingir... Ele é sombra, é água suja, é farsa;

Foge... Destrua os mitos, não permita que o tempo seja soberano... Doce menina, não permita que o tempo borde dor e te faça escrava da ignorância...
08/08/08
Por Tatiane Marta (em casa numa farra que durou até amanhecer)... Noite inesquecível!!!

quinta-feira, julho 3

Parte 1: Arte? Pra quê...Arte

E pensar que um dia eu pensei na evolução da humanidade, que tentei questionar a existência da poeira cósmica, a metafísica e as filosofias antigas buscando de uma certa forma, respostas para a aflição que conjuga o verbo em 1ª pessoa sempre de dentro pra fora.
O que há de errado comigo? Desisti de ser metódica, de crer no pensamento sistêmico, de esbravejar contra ideologias... Não há mais o que fazer e preciso assimilar que esse é o fim, que não há niilismo capaz de metamorfosear essa praga que se alastra por séculos. Humanidade primitiva; portadora de síndromes fabricadas para nutrir seu espelho. Narcisismo em nome da inércia vã.
Egos que vomitam ignorância, que limitam a criatividade divina.
Um dia pensei ser Deus, um dia pensei que o meu coração seria capaz de silenciar a dor que dilacera a pequenez humana, num paradoxo perfeito haja vista sermos mutantes, criaturas e criador, juntos: uno.
Átomos e fragmentos de ilusões e imperfeições, verdades absolutas, mentiras seculares.
Deixei de lado o pensamento mecanicista pra quê?
Pra quê buscar outras formas de pensamentos alternativos, se na esquina da rua onde moro ouço uma juventude alienada ouvindo ritmos oriundos da mais insana criação. Mentes em estado de putrefação, contaminando multidões com vazios repetitivos. O “créu”, a “Dança do créu” me fez atingir a mais intensa depressão. Depressão que reluta em me deixar ouvir Tom Jobim, que me faz ficar surda diante de notas suaves e capazes de me transportar ao paraíso que um dia pensei existir.
Esse absurdo que ouço estourar no país inteiro; um Brasil multicultural mergulhado em profunda crise de caráter. Um país apolítico, imoral, corrupto, com identidade distorcida. Falta atitude de análise, falta auto-crítica, falta educação, falta consciência política, exercício de cidadania. Um país que vive a contradição.
Confesso: “Estou em crise”. Assisti a um dos mais admiráveis entrevistadores bater um papo descontraído e ridículo com a “Mulher – Melancia”. É isso mesmo, o nosso intelectual, escritor, artista plástico, humorista e tanto mais Jô Soares vivenciou essa situação. A dançarina ou ex-dançarina e também cantora (cantora da bunda grande, que rebola o sexo bizarro, que não canta nada, que não pensa nada) e seu conteúdo redondo e sexual fizeram parte do Programa do Jô, me causando uma repulsa, uma ânsia insuportável e com certeza despertou alguns poucos sobreviventes, o sentimento de que não há nada mais a fazer. Bebamos cicuta, cortemos os pulsos, nos tornemos zumbis, calemos o pensamento!
Não há nada mais a dizer. A sexualidade e a incitação ao desejo desenfreado, o instinto primitivo e animal ganharam vida com uma força em cinco velocidades. Tem para todos o gostos, para todas as idades e vende e atrai multidões. “É isso que vende, é isso que o povo gosta. Pão e circo”. Isto cessa argumentos sociais, culturais, filosóficos e até xingamentos silenciosos. É preferível cerrar os olhos, fingir-se de morto, entoar mantras, emanar energias cósmicas, buscar asas. Tornar-se gaivota, voar ultrapassando a ignorância, tornar-se luz!
O globo não mais realiza os movimentos que geram as estações... Parou e deu ré, não pense em RÉ musical, mas a rotação inversa, retardamento programado.
O que há de novo?
As estações de rádio dominaram a “parada” e proliferam como uma pandemia capaz de aniquilar a essência divina. A esperança secou de tanto descer na boca da garrafa, de tirar a calcinha, de ralar a tcheca no chão, de passar a mão no tabaco, de dançar Ado-Ado-Ado, a dança do quadrado, de incitar o preconceito e discriminação com as diferenças como: vaza canhão, de trair os princípios da família. Não há mais família... Não há mais princípios... Nem poesia, nem versos ricos! Consumimos poluição sonora em grande escala.
MC Créu, “é o cara”, assim como: Latino, Kelly Key, MC Serginho e sua “Lacraia”, assim como as bandas que dizem cantar forró, axé, pagode; ritmos que, se misturados podem servir como adubo para ervas daninhas.
As músicas fabricadas em motéis, bares e boates; regadas ao álcool e surtos psicóticos contaminam crianças, jovens, adultos, velhos...
Quer saber?
Arte... Pra quê... arte?


Tatiane Marta
24 de abril de 2008

terça-feira, abril 8

Paz...

Universos paralelos, metafísica que impera no submundo do subconsciente em crise.

A grande guerra se aproxima: lados opostos, o duelo entre a razão e a insensatez emocional.

Subjetividade a caminho do breu, a fuga surreal permitida pela emoção.

Gotículas de lágrimas resfriam almas aflitas, crise passional capaz de esmorecer a muralha da China.

Tremores de ideais; visão turva confunde a razão explícita.

Não estão em paz, o ego mortal aprisiona esses átomos divinos em crise existencial.

Ruína de sentimentos, lembranças maquiadas com a ilusão do amor...

Amor, a pieguice que insiste em vencer o tempo, séculos de retrocesso.

Amor, dogma que impera e eterniza sombras e lamúrias.

A praticidade há de vencer esse duelo. Não é possível que permaneçam a sorrir e tripudiar de fracos. O bem não tem o livre arbítrio, vence sempre!

Liberdade! a quem mais necessite.
Corpos a mercê de desejos primitivos. Que sejam extintos!
Memória acásica que resgata vícios e dor. Que perca a memória e reescreva versos contemporâneos.

Não é necessário que seja assim, não é necessário permanecer nesse nível retrógrado.

A paz é a soma de noites bem dormidas e sonhos atemporais.
o êxtase do cristalino equilíbrio.

Sejamos alvos, sejamos altruístas conosco e com o universo.
É preciso enxergar no universo paralelo, o universo de possibilidades.

Observar e admirar o que o vício dos olhos não permite enxergar... A filosofia vive adormecida dentro desse breu psicológico fabricado pelo ego para aprisionar-nos na ignorância.

Somos mais, somos A PAZ!

Tathy 07 de Abril

Solidão

Era isso mesmo que eu queria. Confesso que o peso que pensei que fosse sair, não saiu e agora não sei mais o que fazer.

Minha praticidade não complexa me faz uma vítima de acasos não registrados na memória que me acompanha.

quinta-feira, março 6

Átomo Divino





Reticências, vírgulas, parágrafos curtos, metáforas complexas.
Sopro de bênçãos em palavras proferidas personificadas em gestos. Suavidade que rega a rosa e admira o cacto. Baraúna no sertão, Carvalho na evolução.
Sorriso melancólico desprovido de tabus, lágrimas ácidas, gélidas lembranças,
Lágrimas doces, beijos de criança.
Olhar distinto, profundo, capaz de despir almas na simplicidade que rege sua existência.
Guerreira de mãos delicadas, agarradas a vassouras, leptops, fraldas.
Lavando, passando, cozinhando, fazendo amor e muitas vezes não sendo amada.
Multifuncionalidade mal remunerada.
Rainha do lar, de tantos universos paralelos.
Sexo pseudo-frágil,
Engana-se quem delimita, busca conceitos, definições objetivas.
Elas são abstratas, quase que incógnitas.
Infinitas na grandeza de alma.
Portadoras da luz da vida, gravidez da humanidade.
Pequenas gigantes, vencedoras diárias.
Carregam as marcas históricas no subconsciente.
Meninas, moças, amantes, esposas.
Senhoras pudicas, ou despudoradas.
São pétalas, são esperanças.
Inverso do que pensam ser.
Usam batom, salto alto.
Touca ou chapinha, unhas perfeitas ou quebradiças.
Decote ousado, pernas de fora ou tez coberta com o manto da ignorância humana!
Dão de mamar e se realizam com simples gestos!
Sexto sentido em vigília.
Sentidos aguçados, coração em sintonia com o Deus supremo.
Afinal, o que seria do homem, o que seria do mundo, se não fossem elas?
Átomos divididos, certezas plenas.
Mulher...
Elas brotam da terra, respingam como orvalho,
Acalmam com afagos, passeiam sorrateiras no universo masculino, dão nó em pingo d’água, surpreendem pela astúcia e inocência.
Tornam-se heroínas, vilãs ou fantasmas...
Átomos divididos, centelhas divinas.
Mulher, verso completo, poesia que soa como uma canção mágica!
E eles (homens) ficam a cismar sozinhos ou em seminários machistas a buscar defeitos ou conceitos, impor suas vontades bizarras.
Nem imaginam que a margem de seus delírios, elas, as divinas, ficam a sorrir e a esperar que um dia eles percebam que o mundo só tem cor por conta delas!

Tatiane Marta

05 de Março de 2008

terça-feira, fevereiro 12

É tua!


Eu sei que a dor é imensa.
Dói em mim também, mas a lua sorri dos obstáculos porque sabe que cedo, o sol vai dizer que a ama.
E é esse amor que supera as lágrimas, as tempestades, o vento, a poesia sem rima, o soluço desafinado.
E não há dor que dure para sempre nem lágrimas que não cessem, nem tempestade que não acalme.
O amor é maior que o universo...
Tão profundo que goza o sexo tântrico divino.
Cala-te e ouve o tempo.
Esse é o tempo. Esse é o elixir.
Essa é a canção que fiz!
Aceita, é tua!

Recomeço




Página virada,
Alma lavada, trem que parte,
Lágrima que seca.
Saudade que permanece de forma eterna!
Soluço que por hora canta a certeza de dever cumprido.

Poeira que abaixa,
Percepções que sugerem estrada.
Luz que permanece acesa, porque o pensamento mutante se condensa em liberdade.

Liberdade que gera,
Produção de sonhos,
Fábrica de buscas, certezas que não cessam.

A vida se abre em leques e universos de possibilidades.
As asas se colorem, fogem da precisão do sentido humano.
As asas se cobrem de letrinhas coloridas,
A liberdade do jeito mais simples.

A dor cavalgou pra distante,
O medo ainda aparece para a sorte do neófito que sorri a dúvida e possui certezas tão incertas.

Recomeço e escolhas,
Música que será composta,
Momentos imprecisos e necessários.

Eles são borboletas,
Eu sou o vento.

É carnaval

Sorriso que chora.
O carnaval respira pessoas diversas.
Elas fingem ser: pseudo-alegria.
Pulam e dançam
Extravasam sentimentos que refletem seus egos.
Amanhã ao acordar tudo acaba. O que importa?
Hoje são torrentes, são frevos, maracatus e axés.
São saltos, goles profundos ou rasos, do ópio que os tornam fantoches de uma realidade mascarada.
Lágrimas sorriem o mais sarcástico sentimento.
Fantasias que imperam sentidos diversos.
O choro ainda se faz presente, mas o que há de se fazer?
Frente a esse universo multicolorido que diz apenas o óbvio: fingimos ser: não somos! Nos inventamos
O carnaval canta e o choro se faz sinfonia.
Dancemos, enquanto podemos.
É carnaval

segunda-feira, janeiro 21

Feliz 2008!


E mais uma vez buscamos expressões de otimismo dentro de criações fabricadas para elevar nossa auto-estima. E mais uma vez, projetamos sonhos, extensões de ilusões que alimentam nossa insegurança. As pseudo-verdades que desejamos para amigos, inimigos, vizinhos e conhecidos.
Feliz Ano Novo, para todos, para o Universo como se essa felicidade fosse a soma de fonemas, orações coordenadas, subordinadas, expressões elevadas, desejos de Boa sorte, tudo de bom, palavras inteiras, sentimentos abstratos.
Está tão além da superficialidade da queima de fogos, dos cartões cheios de luz e cores.
Está tão além dos presentes e lembrancinhas ofertados... como se o material fosse o suficiente para cessar dores, mágoas, decepções;
O real é que os sentimentos continuam a pulsar de forma descontrolada. O medo e a busca continuam a sacudir alicerces frágeis de seres humanos, também frágeis, que se escondem e depositam em caixinhas e poços de desejos palavras de conforto ditas aos outros com o intuito de ouvirem seu próprio eco.
E mais uma vez, maquiamos nossa realidade, Feliz Ano Novo,acorde! e veja o céu pegando fogo! o vizinho soluçando, teus filhos sem entender nada...
A vida que você projetou, o ano que você desejou se esvaindo de ilusões...
E tudo recomeça, mais uma vez...
Boa sorte, tudo de bom!

sexta-feira, janeiro 18

Respostas... O vazio que existe em mim...

Ainda que eu me perceba cega, completamente cega;
Ainda que eu perca a sensibilidade aguçada do meu paladar, mesmo que o calor do sol se limite a aquecer apenas a minha imaginação, estarei sim, Luz!
Qualquer invenção humana se torna medíocre quando o que está em pauta é à força do nosso pensamento!

Não estou a margem porque produzo em mim anticorpos em defesa da minha integridade emocional.
Ordeno ao meu cérebro seja feliz e pronto: tudo se torna azul!
Sei, que posso parecer ridícula com uma pseudo-auto-estima, mas mesmo que esteja; luto até o máximo das minhas forças para não permitir que qualquer gota de lágrima me torne menos amor e menos eternidade!
Há muito mais a ser inventado para que nos tornemos cada vez mais dependentes de nós mesmos e esqueçamos de ouvir o nosso sentimento de Luz!
Por isso, me dispo de paradigmas e projeto caricaturas de personagens que fabrico diariamente para me distanciar de desilusões. Costumo enxergar o que há embaixo de tapetes persas e por isso, a frieza me acompanha como a mais exímia dama-de-companhia.
A vida, esse emaranhado de experiências, essa coisa que nos faz metamorfosear diariamente, é minha inspiração para a sobrevivência, acima das dores, das frustrações, das fatalidades!

Esse vazio que às vezes causa uma ânsia de vômito, uma náusea de morte, que carrega uma sombra de dúvidas, de medos, de sentimentos de “Pandora”, nem sabe que é fruto de um acaso, nem sabe que em segundos pode passar a se encher de paz e amor!

Estar feliz por tempo indeterminado é uma lei instituída por mim e luto por ela até cessar toda e qualquer força que faça parte de mim.
Trabalho a minha sutil e autodidata terapia quântica para alimentar a minha fonte de energia cósmica. Me alimento de pensamentos e por isso, talvez me vejam como egoísta. De onde viria esse egoísmo, uma carapuça divina que amortece e atrofia dores?
De onde viria essa coisa que me transporta a anos-luz de mim mesma?
Nem quero saber... Nem preciso saber, apenas sentir...
Não há vazio, há sentimentos de busca...
Estou cheia e vazia, mas nada importa a não ser que...
Cessem os pensamentos, calem a sensatez...
Caso contrário, ouçam o silêncio e se descubram perfeição!!

30 de dezembro 2007

Feliz Aniversário!

E eles nem sonham que eu estou além...
Que minha tez empalidecida já não faz parte desse mundo vão.
Que despi a alma, que me surpreendi águia a voar livre sem chão...

Eles nem sonham que a vida imita sim a arte, e a arte é a vida em partes, e mesmo assim somos átomos divisíveis, perpétuos, constantes buscas por nós mesmos, a sombra de vácuos, de ecos, de soluços, de devaneios, surtos psicóticos, explicáveis por filósofos e cientistas: amigos da evolução.

Eles nem sonham que minhas mãos tremem e se passam, e minha voz soluça por viver momentos que sei no meu íntimo fabriquei.

Fábrica de ilusões, ilusões que me fazem mais humana, me distanciando do mundo profano.Num paradoxo que criei, e danem-se ideologias e pseudos-verdades. Sou mais!

Fábrica de idéias ridículas, sons não-vocálicos, pouco audíveis, mas não me importo. Sou 1ª. pessoa, livre e a caminho.

Asas abertas, vôo raso ou profundo, som único...
Não me perguntem como.
Apenas, asas abertas, olhos cerrados e buscas constantes...
Somos...
E ponto...

16/01/2008

Meu carioca do norte...

Naquela época vivia um personagem rebelde e irresponsável. Não conhecia o “Pequeno Príncipe” não tinha noção da essência de sentimentos, cativei de forma primitiva e magoei meu grande amor!

Seu sorriso!

Ah, o seu sorriso... De saudade é capaz de fazer chorar a mais fria criatura do mundo sombrio!
Doce e infantil; Homem-Menino...Sorria de graça, mas tinha um olhar triste; carente como se soubesse que não seria daquela vez...
Nos conhecemos numa noite de São João, Campina Grande, a Paraíba que tive o prazer em conhecer...
Na época, vivia dor e saudade da minha Terra. Jovem mimada que perdera tempo com o que é efêmero. Criações para nos mostrar que as experiências são bíblias particulares.
Ele passava férias sem nem sonhar que aquelas férias fariam parte do livro da sua vida. Estava escrito, nos conheceríamos, nos apaixonaríamos.
Paixão de carne, de sorriso, de mundos! “O carioca e a pernambucana-paraibana”. Paixão de menina, de menino-homem, de planos, de sonhos. Fomos felizes e cultivamos esperança por um ano.
À distância e minha insensatez, inexperiência e inconstância me fizeram a mais vil das criaturas.
Nos perdemos de nós mesmos, lágrimas e lamentos fizeram parte das nossas rotinas. Erros cometidos, amores desfeitos, almas ao léu.
E a roda-gigante gira mais uma vez, as notícias chegam como o vento seco e o vôo negro do Carcará.
Ele enfim, pariu a morte de uma forma trágica, cruel e traiçoeira. Vomitou saudade do que sabia bem lá no fundo, que não ia viver.
Restaurou películas de uma história de amor mal resolvida que deixou de ser fictícia e passou a ser real.
Dizia que queria vir morar no nordeste, deixar de lado a turbulência da “Cidade Maravilhosa”, queria fazer caminhadas no “Açude Velho” e não se preocupar com o carro estacionado na calçada.
Queria viver um grande amor, era romântico, escrevia versinhos e declarações em guardanapos. Chorava de dor e de desilusão. Meu carioca...
Queria criar ovelhas, bodes, galinhas. Queria respirar ar puro, viver uma vida mais divina. Mas pariu a morte há pouco mais de três anos. E eu me segurei esses anos todos porque me recusava a acreditar. Na verdade, continuo sem acreditar porque a minha memória só registra luz e sorriso de menino. O beijo guloso, o amor apaixonado.
Seu olhar: pedinte de respostas, seu coração carente de um grande amor. Hoje, choro o choro de uma eternidade de fuga. Ele se foi...Mas sua energia e luz ainda vivem mesmo que em minha memória acásica.
Um dia, estaremos a ler essa crônica e a sorrir e a brincar...
Um dia, estaremos a descascar alhos e a escolher hortaliças para nossa salada da tarde.
Olhando as estrelas numa noite mágica e redescobrindo linguagens astrais.

Saudades tantas...
Dói uma dor esquisita...Zezinho, meu carioca!
05/01/2007