segunda-feira, janeiro 21

Feliz 2008!


E mais uma vez buscamos expressões de otimismo dentro de criações fabricadas para elevar nossa auto-estima. E mais uma vez, projetamos sonhos, extensões de ilusões que alimentam nossa insegurança. As pseudo-verdades que desejamos para amigos, inimigos, vizinhos e conhecidos.
Feliz Ano Novo, para todos, para o Universo como se essa felicidade fosse a soma de fonemas, orações coordenadas, subordinadas, expressões elevadas, desejos de Boa sorte, tudo de bom, palavras inteiras, sentimentos abstratos.
Está tão além da superficialidade da queima de fogos, dos cartões cheios de luz e cores.
Está tão além dos presentes e lembrancinhas ofertados... como se o material fosse o suficiente para cessar dores, mágoas, decepções;
O real é que os sentimentos continuam a pulsar de forma descontrolada. O medo e a busca continuam a sacudir alicerces frágeis de seres humanos, também frágeis, que se escondem e depositam em caixinhas e poços de desejos palavras de conforto ditas aos outros com o intuito de ouvirem seu próprio eco.
E mais uma vez, maquiamos nossa realidade, Feliz Ano Novo,acorde! e veja o céu pegando fogo! o vizinho soluçando, teus filhos sem entender nada...
A vida que você projetou, o ano que você desejou se esvaindo de ilusões...
E tudo recomeça, mais uma vez...
Boa sorte, tudo de bom!

sexta-feira, janeiro 18

Respostas... O vazio que existe em mim...

Ainda que eu me perceba cega, completamente cega;
Ainda que eu perca a sensibilidade aguçada do meu paladar, mesmo que o calor do sol se limite a aquecer apenas a minha imaginação, estarei sim, Luz!
Qualquer invenção humana se torna medíocre quando o que está em pauta é à força do nosso pensamento!

Não estou a margem porque produzo em mim anticorpos em defesa da minha integridade emocional.
Ordeno ao meu cérebro seja feliz e pronto: tudo se torna azul!
Sei, que posso parecer ridícula com uma pseudo-auto-estima, mas mesmo que esteja; luto até o máximo das minhas forças para não permitir que qualquer gota de lágrima me torne menos amor e menos eternidade!
Há muito mais a ser inventado para que nos tornemos cada vez mais dependentes de nós mesmos e esqueçamos de ouvir o nosso sentimento de Luz!
Por isso, me dispo de paradigmas e projeto caricaturas de personagens que fabrico diariamente para me distanciar de desilusões. Costumo enxergar o que há embaixo de tapetes persas e por isso, a frieza me acompanha como a mais exímia dama-de-companhia.
A vida, esse emaranhado de experiências, essa coisa que nos faz metamorfosear diariamente, é minha inspiração para a sobrevivência, acima das dores, das frustrações, das fatalidades!

Esse vazio que às vezes causa uma ânsia de vômito, uma náusea de morte, que carrega uma sombra de dúvidas, de medos, de sentimentos de “Pandora”, nem sabe que é fruto de um acaso, nem sabe que em segundos pode passar a se encher de paz e amor!

Estar feliz por tempo indeterminado é uma lei instituída por mim e luto por ela até cessar toda e qualquer força que faça parte de mim.
Trabalho a minha sutil e autodidata terapia quântica para alimentar a minha fonte de energia cósmica. Me alimento de pensamentos e por isso, talvez me vejam como egoísta. De onde viria esse egoísmo, uma carapuça divina que amortece e atrofia dores?
De onde viria essa coisa que me transporta a anos-luz de mim mesma?
Nem quero saber... Nem preciso saber, apenas sentir...
Não há vazio, há sentimentos de busca...
Estou cheia e vazia, mas nada importa a não ser que...
Cessem os pensamentos, calem a sensatez...
Caso contrário, ouçam o silêncio e se descubram perfeição!!

30 de dezembro 2007

Feliz Aniversário!

E eles nem sonham que eu estou além...
Que minha tez empalidecida já não faz parte desse mundo vão.
Que despi a alma, que me surpreendi águia a voar livre sem chão...

Eles nem sonham que a vida imita sim a arte, e a arte é a vida em partes, e mesmo assim somos átomos divisíveis, perpétuos, constantes buscas por nós mesmos, a sombra de vácuos, de ecos, de soluços, de devaneios, surtos psicóticos, explicáveis por filósofos e cientistas: amigos da evolução.

Eles nem sonham que minhas mãos tremem e se passam, e minha voz soluça por viver momentos que sei no meu íntimo fabriquei.

Fábrica de ilusões, ilusões que me fazem mais humana, me distanciando do mundo profano.Num paradoxo que criei, e danem-se ideologias e pseudos-verdades. Sou mais!

Fábrica de idéias ridículas, sons não-vocálicos, pouco audíveis, mas não me importo. Sou 1ª. pessoa, livre e a caminho.

Asas abertas, vôo raso ou profundo, som único...
Não me perguntem como.
Apenas, asas abertas, olhos cerrados e buscas constantes...
Somos...
E ponto...

16/01/2008

Meu carioca do norte...

Naquela época vivia um personagem rebelde e irresponsável. Não conhecia o “Pequeno Príncipe” não tinha noção da essência de sentimentos, cativei de forma primitiva e magoei meu grande amor!

Seu sorriso!

Ah, o seu sorriso... De saudade é capaz de fazer chorar a mais fria criatura do mundo sombrio!
Doce e infantil; Homem-Menino...Sorria de graça, mas tinha um olhar triste; carente como se soubesse que não seria daquela vez...
Nos conhecemos numa noite de São João, Campina Grande, a Paraíba que tive o prazer em conhecer...
Na época, vivia dor e saudade da minha Terra. Jovem mimada que perdera tempo com o que é efêmero. Criações para nos mostrar que as experiências são bíblias particulares.
Ele passava férias sem nem sonhar que aquelas férias fariam parte do livro da sua vida. Estava escrito, nos conheceríamos, nos apaixonaríamos.
Paixão de carne, de sorriso, de mundos! “O carioca e a pernambucana-paraibana”. Paixão de menina, de menino-homem, de planos, de sonhos. Fomos felizes e cultivamos esperança por um ano.
À distância e minha insensatez, inexperiência e inconstância me fizeram a mais vil das criaturas.
Nos perdemos de nós mesmos, lágrimas e lamentos fizeram parte das nossas rotinas. Erros cometidos, amores desfeitos, almas ao léu.
E a roda-gigante gira mais uma vez, as notícias chegam como o vento seco e o vôo negro do Carcará.
Ele enfim, pariu a morte de uma forma trágica, cruel e traiçoeira. Vomitou saudade do que sabia bem lá no fundo, que não ia viver.
Restaurou películas de uma história de amor mal resolvida que deixou de ser fictícia e passou a ser real.
Dizia que queria vir morar no nordeste, deixar de lado a turbulência da “Cidade Maravilhosa”, queria fazer caminhadas no “Açude Velho” e não se preocupar com o carro estacionado na calçada.
Queria viver um grande amor, era romântico, escrevia versinhos e declarações em guardanapos. Chorava de dor e de desilusão. Meu carioca...
Queria criar ovelhas, bodes, galinhas. Queria respirar ar puro, viver uma vida mais divina. Mas pariu a morte há pouco mais de três anos. E eu me segurei esses anos todos porque me recusava a acreditar. Na verdade, continuo sem acreditar porque a minha memória só registra luz e sorriso de menino. O beijo guloso, o amor apaixonado.
Seu olhar: pedinte de respostas, seu coração carente de um grande amor. Hoje, choro o choro de uma eternidade de fuga. Ele se foi...Mas sua energia e luz ainda vivem mesmo que em minha memória acásica.
Um dia, estaremos a ler essa crônica e a sorrir e a brincar...
Um dia, estaremos a descascar alhos e a escolher hortaliças para nossa salada da tarde.
Olhando as estrelas numa noite mágica e redescobrindo linguagens astrais.

Saudades tantas...
Dói uma dor esquisita...Zezinho, meu carioca!
05/01/2007