segunda-feira, setembro 17

मोडा इलु

Semana de Moda em Petrolina

Elas,
Gazelas
Eles,
Deuses do Olimpo
Para eles,
A beleza é o espelho
Para elas,
As outras são o avesso delas mesmas.
Alimentam-se de luz, um arco-íris de ilusão!
Eles,
Bebem o néctar de seus medos,
Embriagam-se da sombra de Narciso,
Mergulham no lago de seus auto-retratos.

Sozinhos ou solitários?
Não sei.
Não sabem.
Quem são?
O que são?
Produtos! são sintéticos.
Enlatados, mercadológicos com alma!

segunda-feira, setembro 10

domingo, setembro 2

Aula da saudade...

Que o meu olhar congele a imagem...
Que o meu choro seco guarde a lembrança do tempo que não mentiu e passou. Nunca havia parado pra pensar sobre a celeridade do tempo, sobre essa coisa de piscar de olhos, de delimitação, início de ciclo, fim, tudo metricamente correto, tudo calculado, o mundo é preciso, o tempo é preciso!
Passou tão rápido.
Vou sentir saudade.
Nunca havia parado pra pensar sobre essa coisa, definição para sentimentos que buscamos desesperadamente como algo que servisse como elixir, ou coisa parecida. Vêm as lágrimas, seguidas de sorrisos hilários, vem os sonhos e as ilusões perdidas.
Vem às desavenças; os conflitos íntimos, seguidos de amores perdidos.
Vem às certezas, jogadas ao vento, a galope vem às dúvidas que permanecem por toda a estrada.
A viagem havia sido marcada mesmo antes da minha chegada. Parti rumo ao futuro, e o meu presente já sorria de mim. O que estaria reservado? O que iria me tornar? O que sempre fui e nunca consegui enxergar?
Eu ainda não sei quem eu sou, mas sei que vou descobrir... No momento isso pouco importa. O soluça bate o surdo que pega minha mão e me diz que foi bom demais.
A saudade canta pra mim, tenho saudades sim, mas...
Acabou porque precisa começar...
Vou sentir saudade, mas é melhor assim...

Lua nua...


O que existe?
O que criei?
Palavra concreta;
Sentimento abstrato;
O surdo dentro do silêncio faz a mais perfeita melodia, puro sentimento!
O mudo fala e são os olhos as mais belas palavras; resposta ao silêncio de quem ama.
A lua entra muda, redonda, nua para completar a rima.
A poesia da gramática.
Amor em sílaba tônica descobre que o concreto quebra e que é o abstrato que preenche todo o vazio, o vazio da alma que só sente e isso é tudo.
Amor em sílaba tônica, grita aos quatro quantos que é tempo de mudar de verbo, ainda intransitivo, mas composto com a face do mudo, do surdo, da lua,
verbo imperativo,
invenção de neologismo, em busca da chave, da quebra dos grilhões rumo a liberdade!

Conto de Fadas

(Florbela Espanca)

Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o unguento
Com que sarei a minha própria dor.

Os meus gestos são ondas de Sorrento...
Trago no nome as letras duma flor...
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento...

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é de oiro, a onda que palpita.

Dou-te, comigo, o mundo que Deus fez!-
Eu sou Aquela de quem tens saudades,
A princesa do conto: "Era uma vez..."

sábado, setembro 1

Amizade...


Ás vezes a gente se encontra perguntando qual o verdadeiro sentido da palavra amizade. As definições vão chegando como um sopro de luz, algumas podem ser acadêmicas, emotivas, infantis, vaidosas, mas nada como a velha prática do dia-a-dia.
Esse dia-a-dia, não exige palavras, não nos faz maior nem menor, não nos faz acima nem abaixo. A coisa vai rolando, como dizem os jovens. A coisa vai acontecendo e sem esperar, independente de quereres, maquiavelismos, ela chega, mostra-se viva, alma, amante, ganha conotação divina, de outras eras, vidas.
O melhor de catar amigos na lista do orkut é descobrir que realmente eles existem, é realmente sentir o sabor indescritível do beijo na tez, do abraço caloroso. Da certeza da plenitude do momento.
A saudade aperta, a saudade é danada.
Amiga que se foi, amigo onde estás?

Notícia e Música

Ele é noticiário, eu sou música.

E o que isso quer dizer?
Ouça minha música e desligue a TV.

Pré-conceitos versus preconceitos

Odeio? Não. Essa não é a questão. O jogo hoje a ser discutido, não será palavras nem figuras de linguagem. Não será o sonho que eu tenho em voar tampouco o que imagino ser quando crescer (sou mulher - madura, ou não, mas me recuso: não quero crescer!).
Bem, o ódio mencionado no início desse desabafo alcoólico quase inodoro, (se não fosse a presença marcante da cevada) é objetivo: infantilidade.
Sempre ouvi essa palavra e sempre a mesma me parecia mal exemplificada. Infantil, como e em que situação enquadrar alguém como infantil? Se for enquadrado, não estaria sendo preconceituosa, e o que o preconceito faz dentro de homens que projetam sempre algo que não o são? Até que num belo dia, me acontece algo quase que inusitado, se eu não dominasse o meu raciocínio lógico, mas felizmente ou não, eu o domino como uma mulher no cio aos uivos em busca do seu desejo.
Pois bem, o lance é que nunca pensei que entre o sexo feminino houvesse disparidades tão... (Nem posso ser redundante, a minha lingüística correta não permite).
No fundo, no fundo o que quero dizer é que palavras quando utilizadas de forma desnecessária podem tatuar dores primitivas, podem decifrar enigmas psicológicos, podem poetizar vomitando medos. Há tantos medos com medo! Há tantos que nem conseguem refletir seus próprios desejos. Nem imaginam serem translúcidos, serem divinos! São negros de sentimentos, são sombrios de ignorância!
Só o são, quando dormem e, dessa vez infelizmente ao acordar esquecem que são: Deus!
As moças foram infantis, as senhoras foram infantis, as meninas foram infantis, mas a justificativa plausível tem que descer garganta a baixo. São passíveis de erros, buscam evolução, são humanas! Assim como os homens que cometem erros tão primários, que se entregam com os olhos, que apostam na fidelidade da alma feminina, sem, no entanto, perceberem que há algo nelas que fala mais alto: Amor próprio, sexto sentido, um contato direto, com a energia magna.
No fundo há um desapontamento, há uma decepção. O verbo que transita minha vida é a liberdade da alma e o que impera meus sentidos é a certeza que apesar dos temores, ainda há algo maior nas entrelinhas que pode, um dia, atingir o gozo pleno que tanto buscamos e que nunca enxergamos dentro de nós.
Poderia estar relatando fel, amargura, mas não o farei. Prefiro ser o entusiasmo que carrega o lado bom do infantil a ser a depressiva por omissão. Carrego o sonho, nino o verbo: sonhar.
Prefiro ser um labirinto preenchido por flores e luzes a seguir uma linha solitária que espeta a pele com inverdades fabricadas pelas caixinhas de Pandora, recheadas de dúvidas, de sentimentos, de conflitos.
Não quero relatar pré-conceitos, não quero alimentar preconceitos que se nutrem de tudo que há de mais impuro.
Quero romper meu casulo, com a certeza que essa metamorfose indispensável me fará mais bela e o melhor de tudo isso: terei asas... Serei verbo, serei vento!