sábado, setembro 1

Pré-conceitos versus preconceitos

Odeio? Não. Essa não é a questão. O jogo hoje a ser discutido, não será palavras nem figuras de linguagem. Não será o sonho que eu tenho em voar tampouco o que imagino ser quando crescer (sou mulher - madura, ou não, mas me recuso: não quero crescer!).
Bem, o ódio mencionado no início desse desabafo alcoólico quase inodoro, (se não fosse a presença marcante da cevada) é objetivo: infantilidade.
Sempre ouvi essa palavra e sempre a mesma me parecia mal exemplificada. Infantil, como e em que situação enquadrar alguém como infantil? Se for enquadrado, não estaria sendo preconceituosa, e o que o preconceito faz dentro de homens que projetam sempre algo que não o são? Até que num belo dia, me acontece algo quase que inusitado, se eu não dominasse o meu raciocínio lógico, mas felizmente ou não, eu o domino como uma mulher no cio aos uivos em busca do seu desejo.
Pois bem, o lance é que nunca pensei que entre o sexo feminino houvesse disparidades tão... (Nem posso ser redundante, a minha lingüística correta não permite).
No fundo, no fundo o que quero dizer é que palavras quando utilizadas de forma desnecessária podem tatuar dores primitivas, podem decifrar enigmas psicológicos, podem poetizar vomitando medos. Há tantos medos com medo! Há tantos que nem conseguem refletir seus próprios desejos. Nem imaginam serem translúcidos, serem divinos! São negros de sentimentos, são sombrios de ignorância!
Só o são, quando dormem e, dessa vez infelizmente ao acordar esquecem que são: Deus!
As moças foram infantis, as senhoras foram infantis, as meninas foram infantis, mas a justificativa plausível tem que descer garganta a baixo. São passíveis de erros, buscam evolução, são humanas! Assim como os homens que cometem erros tão primários, que se entregam com os olhos, que apostam na fidelidade da alma feminina, sem, no entanto, perceberem que há algo nelas que fala mais alto: Amor próprio, sexto sentido, um contato direto, com a energia magna.
No fundo há um desapontamento, há uma decepção. O verbo que transita minha vida é a liberdade da alma e o que impera meus sentidos é a certeza que apesar dos temores, ainda há algo maior nas entrelinhas que pode, um dia, atingir o gozo pleno que tanto buscamos e que nunca enxergamos dentro de nós.
Poderia estar relatando fel, amargura, mas não o farei. Prefiro ser o entusiasmo que carrega o lado bom do infantil a ser a depressiva por omissão. Carrego o sonho, nino o verbo: sonhar.
Prefiro ser um labirinto preenchido por flores e luzes a seguir uma linha solitária que espeta a pele com inverdades fabricadas pelas caixinhas de Pandora, recheadas de dúvidas, de sentimentos, de conflitos.
Não quero relatar pré-conceitos, não quero alimentar preconceitos que se nutrem de tudo que há de mais impuro.
Quero romper meu casulo, com a certeza que essa metamorfose indispensável me fará mais bela e o melhor de tudo isso: terei asas... Serei verbo, serei vento!

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